segunda-feira, 9 de novembro de 2009

REAL


Poema de uma criança abandonada

Na calçada de uma lanchonete,
encontrei uma criança sentada.
Perguntei-lhe o seu nome,
e ela não me disse nada.

Não querendo pertuba-lá,
segui então meu caminho.
Uns gritos bem perto soaram,dizendo:
Ei moça espere um poquinho!

Voltei de encontro a criança,
e reparei que estava abatida.
Após me olhar ela disse:
Moça, eu não sou bandida.

Se queres saber meu nome,
tudo bem, eu vou te falar.
Meu nome é Ana Paula,
e durmo na porta do Bar.

Quando papai morreu,
logo mamãe se casou.
Por causa do meu padrasto
De casa me expulsou.

Moça eu não entendo,
porque a mãe praticou esse ato.
No minimo ela pensou,
que eu tivesse caso com meu padrasto.

Abracei fortemente a criança
e convidei-a para almoçar.
Falei sobre minha infância
e vi seus olhos brilhar.

Um sorriso ela me deu
dizendo que ficou encantada.
Pois em anos era a primeira vez,
que não se sentia abandonada.


Núbis
Publicado no Recanto das Letras em 22/04/2007
Código do texto: T459077

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